Introdução alimentar – 4 e 5 meses

Como já puderam ler em publicações anteriores, a amamentação por estes lados nunca foi um processo fácil. Não querendo desistir de dar ao Vicente o mais precioso alimento a que ele poderia ter acesso, nem conseguindo amamentar diretamente, a partir do segundo mês optei pela utilização de uma bomba extratora. Diariamente, extraía a quantidade suficiente para 4 das 5 refeições.

Quando chegámos aos 4 meses, e uma vez que preferíamos dispensar totalmente o leite artificial que constituía a quinta refeição diária, em concordância com a pediatra resolvemos iniciar os purés de legumes ao almoço. Cada profissional tem a sua forma de encaminhar esta questão e, no caso da nossa, o esquema era o seguinte:

  • 1ª sopa (aprox. 150ml), sem sal, com uma base de batata/ batata doce + cenoura e um fio de azeite no final. A cada dois dias, introduzir um novo legume, ficando atentos a reações, até um total de 4 ou 5 legumes por sopa. Tínhamos liberdade total para inserir todos os legumes, excepto as leguminosas (favas, grão, feijão, ervilhas, lentilhas) e os espinafres e o agrião, cujas quantidades deveriam ser reduzidas (1 a 2 folhas por dose de sopa).
  • Ao final de duas semanas, iniciar as frutas a seguir à sopa: preferencialmente a maçã e a pêra (por serem menos alergénicas), cozidas e trituradas ou cruas e raladas e, menos frequentemente, a banana triturada.
  • Oferecer água nesta refeição. Se o bebé não tiver interesse, não insistir.

Foi um processo que precisou de duas semanas de adaptação, não porque o Vicente não gostasse destes novos alimentos (na verdade, adorou-os) mas porque a utilização da colher obrigou a uma nova aprendizagem e ao treino e controlo do reflexo de extrusão, ainda tão presente nesta fase. Muita sopa vinha para fora e muito choro se seguia, pelo cansaço e pela frustração ao não receber o alimento de uma forma tão rápida e fácil como acontecia com o biberão. De qualquer forma, ultrapassado este período inicial, o almoço tornou-se na refeição mais entusiasmante do dia.

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Chegados aos 5 meses, tendo a minha produção de leite diminuído um pouco e não havendo melhorias no refluxo do Vicente, aceitámos introduzir a papa láctea sem glúten ao jantar (evitávamos, desta forma, mais uma refeição líquida, que resultava frequentemente num maior número de regurgitações). Nunca fomos propriamente simpatizantes das papas, porém, a Holle veio mudar um pouco a nossa perspectiva. As papas desta marca não têm qualquer adição de açúcar e são BIO. Fomos logo preparados para o facto de muitos bebés não serem fãs das mesmas, havendo a necessidade de lhes juntar fruta para facilitar o processo, porém, como comilão e sôfrego que sempre foi, o Vicente adorou e não foi necessário adicionar-lhes nada 🙂

Dois cuidados que sempre tivemos e que, para nós, são essenciais passam por comprar sempre legumes e frutas biológicas (da Quinta do Arneiro ou de supermercados BIO) e não juntar água na cozedura da sopa (os legumes cozinham nos seus sucos e, no final, temos um verdadeiro puré e não uma sopa aguada e menos nutritiva).

Desta forma, chegámos aos 6 meses com este plano diário de refeições (os horários são aproximados):

  • 08:00h – Leite materno
  • 12:00h – Puré de legumes + fruta
  • 16:00h – Leite materno
  • 20:00h – Papa
  • 23:30h – Leite materno

Não deixem de estar atentos porque, em breve, falaremos das adições feitas aos 6 meses!

 

Até já,

Joana

 

 

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O sexto mês

A sensação que tenho, cada vez que venho escrever acerca de um novo mês, é a de que o Vicente é um bebé totalmente diferente do mês anterior. O sexto mês não é exceção e talvez represente, até à data, o mais representativo período de evolução física e cognitiva.

De repente, aparece uma intenção em tudo o que faz. O olhar, que sempre fora muito atento e focado, inspeciona agora os brinquedos de uma ponta à outra, antes de ser tomada a decisão de mordê-los, agitá-los, bater com eles na mesa ou no chão e produzir sons, ou simplesmente colocá-los de lado e examinar os seguintes.

Sentar-se sozinho e explorar a sua cesta do tesouro é uma das atividades favoritas do Vi. Quando não estou por perto, coloco sempre a almofada de amamentação em volta dele, isto porque o domínio do equilíbrio na posição sentada não se adquire de um dia para o outro e, por vezes, ao tentar movimentar-se para alcançar objetos que estão mais longe, ainda tomba 🙂

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Este mês marcou também o início das gargalhadas mais longas, dos olhares mais brincalhões e das cócegas. Sim, cócegas! Nas pernas, na barriga, no pescoço, nos pés… um amor! E falando em pés, foram outra descoberta deste sexto mês 🙂 Agarrá-los e levá-los à boca tem sido um dos movimentos favoritos.

Trocar a fralda passou a ser um desafio. A necessidade de movimento e de exploração de tudo o que o rodeia é enorme e, na maioria das vezes, o bebezão fica elétrico. Pelo mesmo motivo, começámos agora a equacionar dar os banhos dentro da zona de duche… e poupar o chão do quarto, que tem ficado inundado 🙂 🙂 🙂

Na alimentação, mantivemos o mesmo esquema, com a adição da papa ao jantar. Na verdade, não éramos a favor das papas. Até que conhecemos a Holle e a nossa opinião mudou um pouco; felizmente já existem alternativas às tradicionais papas cheias de açúcar. Até à data, não houve nada de que o Vi não gostasse e come sempre com vontade e interesse 🙂

Outro dos pontos altos deste período foi o aparecimento dos primeiros dentes. O primeiro com 5m+1s e o segundo com 5m+2s. É mais um daqueles momentos em que nos apercebemos de que o nosso bebé está mesmo a crescer. Que dualidade de sentimentos…

Nesta fase, tomámos também a decisão de colocar de lado o ovinho (cadeira auto 0+), onde o Vicente já ficava bem apertado, e adquirir uma cadeira auto (que dará até aos 18kg) muito mais confortável para ele. No carrinho de bebé, passámos a utilizar a cadeira de passeio virada para a frente. Foi um sucesso! Agora que a visão já está bem mais desenvolvida, o Vi adora ir atento ao ambiente que o rodeia. O marsúpio (da Ergobaby) é, igualmente, umas das formas privilegiadas de transporte. Na verdade, não há nada melhor do que um bebé embalado e rendido no colinho da mãe 🙂

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Até já!

Joana

O quarto e o quinto mês

Nestes meses, seguimos o nosso trajeto com novas competências, dia após dia.

Foi um período marcado por todas aquelas conquistas que deixam os pais de queixo caído: rodar e ficar de barriga para baixo, voltar a rodar e ficar de barriga para cima (a primeira vez aconteceu com 3 meses e meio e valeu a primeira queda da cama), olhar-se no espelho e soltar os primeiros monólogos, gargalhar, chapinhar no banho, dar abraços, esconder a cara e rir…

O móbile continuou a ser uma constante e uma boa parte do tempo de brincadeira era passado a puxar a argola (presa por fio elástico) e levá-la à boca. Por falar em levar à boca… tudo passou a ser levado à boca, em especial as mãos 🙂 Não tem a ver com o nascimento dos dentes, é mesmo uma forma privilegiada de os bebés explorarem o mundo.

As bolas também apareceram como incentivadoras do movimento pelo chão do quarto. Dando, muitas vezes, origem a momentos de frustração (por não conseguir alcançá-las quando rolavam para longe), a verdade é que valeram muitos exercícios de fortalecimento de músculos.

As mãos ganharam destreza e alguma precisão nos movimentos, embora ainda trabalhassem de forma descoordenada. Só mais próximo dos 5 meses é que começaram a trabalhar em conjunto para alcançar um objectivo comum. Foi nessa altura que o Vi começou a conseguir colocar a chupeta a si mesmo e a levar o biberão à boca.

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Olhar de perto e querer mexer no rosto da mãe e do pai foram, igualmente, novos interesses desta fase. A expressão de fascínio do bebezão ao reconhecer-nos e querer que nos aproximássemos era deliciosa. 🙂

E a felicidade ao interagir com a Camila?! O Vi descobriu que tem uma irmã canina e adora-a! E ela adora-o também ❤

Por fim, muitas novidades houve na alimentação. Durante o quarto mês, continuámos com o esquema dos meses anteriores (leite materno sempre, excepto numa das refeições do dia), porém, assim que fez 4 meses, iniciámos os purés de legumes ao almoço (opção minha, em concordância com a pediatra, para excluir ao máximo o leite artificial da dieta). A primeira semana foi bem desafiante… a habituação à colher levou o seu tempo e o reflexo de extrusão não ajudou. Mas nada como estarmos informados antes de iniciarmos um processo novo. Facilmente se cai no erro de afirmar que o bebé não gosta deste ou daquele alimento só porque o deita para fora ou porque chora e, na maioria das vezes, não é isso que acontece! É toda uma nova forma de alimentação, diferente daquela a que ele estava habituado: a textura é diferente; a colher é um elemento estranho que, de repente, aparece; a velocidade da própria refeição é outra, o que gera uma certa impaciência na espera pela próxima colherada; a posição corporal também muda (deixa de estar no colo da mãe ou do pai e passa a estar numa cadeira) e, claro, a cada introdução de um novo legume, há um sabor diferente para aquele (tão novinho) cérebro processar. É um desafio, mas não é só para nós 🙂

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Os vossos bebés também vos surpreendem, diariamente, com as suas conquistas? 🙂

Até já!

Joana