Falávamos no post anterior que o objectivo final da educação montessoriana é a formação de um Ser Humano completo; de um adulto completo. E o que se entende por adulto completo, nesta visão, é tão somente um adulto equilibrado e totalmente adaptado ao seu tempo, espaço e cultura, capaz de encontrar um significado para a sua existência na terra.
Enquanto pais, ou futuros pais de um bebé, se quisermos caminhar nesse sentido, deveremos, desde logo, ter em conta três conceitos fundamentais que estão na base de quase todas as fases que se seguem ao nascimento: independência, segurança e auto-confiança. A independência aparece como o ponto de partida e caminho subsequente para atingir os outros dois.
A ideia é o bebé passar de um estado em que necessita de ser totalmente servido, ser, gradualmente, ajudado a assumir acções simples de forma independente, e tornar-se finalmente capaz, ele próprio, de servir os outros.
Nós, pais, durante este trajeto, deveremos ir criando a dose certa de desafio, em cada fase, para que o bebé se vá superando. Esta dose deve ser tão rigorosa que permita que o nosso filho ganhe confiança em si próprio e nas suas capacidades. Caso contrário, se exagerarmos no grau de dificuldade, obteremos o efeito inverso e o mesmo pode perder essa confiança ao sentir que não é capaz. Até nós adultos nos sentimos extremamente frustrados perante situações que nos “esmagam” e ultrapassam e que sabemos que não teremos a capacidade de resolver, não é verdade?
E, atenção, não se queiram iludir… esta independência que damos aos nossos bebés/ crianças não tem como objectivo tornar a nossa vida mais fácil! Nem torna! Pelo contrário… ajudá-los e guiá-los neste processo é bem desafiante e trabalhoso para os pais. Porém, conseguirmos que os nossos filhos se tornem rapidamente capazes de agir, não tendo que esperar que alguém faça sempre as coisas por eles, é tão compensador que justifica todo o nosso esforço até então, não vos parece? 🙂
Agora, em termos práticos, como é que podemos trabalhar esta questão da independência dos nossos filhos? A resposta é simples: promovendo, desde logo, o desenvolvimento do seu movimento (que cada vez vai sendo mais coordenado), através da criação de um ambiente preparado para tal. Este ambiente deverá encorajar a acção intencionada do bebé, existindo igualmente possibilidades de consequências para ele.
E eis que chegámos ao ponto onde vos começo a contar um pouco mais sobre a minha própria vida e experiência enquanto futura mãe e onde toda a organização de um ambiente preparado para receber o bebé Vi vos irá ser apresentada, passinho a passinho 🙂
Falaremos dele já no próximo post!
Até breve!
Joana